{20 de dez. de 2011}

amor e dor.

Acho que todo mundo carrega uma dor dentro de si, como se isso fosse alguma condição do ser humano. Você vive, logo alguma coisa vai te fazer sofrer. E esse sofrimento, se deixá-lo guardado dentro de você por muito tempo, vai se tornar dor. Vamos acumulando essa dor durante os anos que se passam, até que chega um ponto em que tudo isso se torna insuportável. É aí que entra a segunda condição do ser humano: o amor. Encontramos alguém para tirar essa dor de nós. Eu não tenho certeza do que acontece com ela, se ela vai embora ou simplesmente a outra pessoa a carrega por você, mas você não a sente mais. Como se o peso do mundo tivesse sido tirado de suas costas, e você pudesse se concentrar em todas as coisas boas que existem por aí. É por isso que o fim de um relacionamento é tão doloroso. Quando o amor vai embora, você ganha uma nova dor para se somar a todas as que já existiam antes. O que eu te peço talvez não seja tão simples, mas você estaria disposto a isso? Me amar e fazer toda a dor desaparecer? Porque eu acho que estou realmente precisando...


Precisando de você.

{1 de jun. de 2011}

Auf Achse

Queria começar esse blog com uma post interessante, mas percebi que se ficasse esperando alguma ideia genial surgir, nunca iria postar nada. Esse blog ficaria acumulando poeira, assim como muitos outros que tenho. Abri o editor de postagem e decidi falar sobre qualquer coisa que se passasse por minha cabeça.

Então eu olho para a minha estante de livros e vejo On the Road de Jack Kerouac chamando a atenção. Minha curiosidade por esse livro era tanta que me dei ao trabalho de lê-lo em um arquivo pdf no computador. Trabalho, sim, pois não há muita coisa que me incomode tanto quanto ler livros em uma tela. E o amor pelo que li foi tamanho que decidi comprar o livro mesmo assim, para ter o prazer de ler novamente, em páginas impressas. Tenho bastante de Sal Paradise em mim, essa vontade de viajar pelo país (qualquer país que seja) de carro, caronas, trens, ônibus e seja lá o que puder me levar ao meu destino final. Acumular experiências, conhecer novas pessoas, ter histórias para contar e no fim de tudo escrever um livro. Faria isso na companhia de um ou dois amigos que sei que se aventurariam comigo sem reclamar.

Já que não tenho nada além disso para dizer, vou deixar um dos meus trechos favoritos desse livro aqui. Não se preocupem, sem spoilers algum, é uma passagem do começo, da primeira parte. "Acordei com o sol rubro do fim da tarde; e aquele foi um momento marcante em minha vida, o mais bizarro de todos, quando não soube quem eu era - estava longe de casa, assombrado e fatigado pela viagem, num quarto de hotel barato que nunca vira antes (…), e olhei para o teto rachado e por quinze estranhos segundos realmente não soube quem eu era. Não fiquei apavorado; eu simplesmente era uma outra pessoa, um estranho, e toda a minha existência era uma vida mal-assombrada, a vida de um fantasma."